terça-feira, 8 de novembro de 2011

Novos nomes da Literatura Portuguesa

Se nomes como os de valter hugo mãe, José Luís Peixoto, Gonçalo M. Tavares e João Tordo já são nomes bastante conhecidos do público português e internacional, outros há que ainda não são tão familiares ao público em geral. Dulce Maria Cardoso é considerada por muitos uma autora genial, se bem que seja uma escritora ainda pouco conhecida e lida em Portugal. Quem sabe o lançamento recente de O Retorno - que  "narra a saga dos 600 mil portugueses que regressaram de África em situações dramáticas depois do 25 de Abril" (Ler, outubro de 2010) - não a lança, finalmente, para um lugar de maior destaque entre os escritores de língua portuguesa.
Mas em vez de falar de livros e dos seus autores, o Português em linha deixa-te aqui algumas sugestões:
(i) se quiseres conhecer dois dos nomes da nova geração, poderás assistir em Braga, no próxima segunda-feira, à Comunidade de Leitores da Velha-a-Branca, onde o autor Manuel Jorge Marmelo estará presente para discutir o seu mais recente livro, Uma Mentira Mil Vezes Repetida. Por outro lado, também walter hugo mãe irá apresentar o seu último livro - O Filho de Mil Homens, o primeiro escrito com maiúsculas - nas FNAC de Braga e de Guimarães no próximo sábado.
 
"[…] Em Uma Mentira Mil Vezes Repetida, nono romance de MJM (e talvez o seu melhor), o que está em causa é um embuste, uma falsificação intelectual. Reformado por invalidez aos 36 anos, devido a uma “agressiva doença de pele provocada pelo implacável stresse do funcionalismo público”, o narrador do livro anda às voltas pela cidade do Porto, viajando nos transportes públicos com um calhamaço de 1200 páginas. A qualquer passageiro que demonstre um mínimo de curiosidade, ele explica que Cidade Conquistada é o único e extraordinário romance de Oscar Schidinski, judeu húngaro que passou por Lisboa em fuga da ameaça nazi e dos “seus próprios fantasmas”, um autor esquecido mas genial, entretanto transformado numa “das mais obscuras lendas literárias do século XX”.
O problema, claro está, é que o livro nunca existiu. Devidamente encadernado, o cartapácio que o narrador mitómano finge ler não passa de uma “colagem de textos avulsos escolhidos quase sem critério, copiados da internet”. Todas as histórias de Cidade Conquistada, bem como as incidências biográficas do fictício Schidinski, saem da sua imaginação de escritor frustrado, incapaz de escrever por si mesmo uma obra-prima, e que por isso encontra na invenção de um livro raro, misterioso, impossível, o meio mais rápido de aceder à “celebridade”. No seu delírio, ele sonha um dia falar sobre Schidinski na televisão e em conferências eruditas, tornando-se famoso por causa disso. Em suma, além de mentiroso compulsivo, este típico narrador não fiável (porque nada do que afirma pode ser tomado como certo) é também um pobre diabo cheio de ilusões. […]
José Mário Silva
[Expresso, suplemento Actual]"
"Esta é a história de Crisóstomo que, chegando aos quarenta anos, lida com a tristeza de não ter tido um filho. Do sonho de encontrar uma criança que o prolongue e de outros inesperados encontros, nasce uma família inventada, mas tão pura e fundamental como qualquer outra.
As histórias do Crisóstomo e do Camilo, da Isaura, do Antonino e da Matilde mostram que para se ser feliz é preciso aceitar ser o que se pode, nunca deixando contudo de acreditar que é possível estar e ser sempre melhor. As suas vidas ilustram igualmente que o amor, sendo uma pacificação com a nossa natureza, tem o poder de a transformar.
Tocando em temas tão basilares à vida humana como o amor, a paternidade e a família, O filho de mil homens exibe, como sempre, a apurada sensibilidade e o esplendor criativo de Valter Hugo Mãe."

(ii) podes também procurar na biblioteca os livros dos novíssimos nomes da literatura portuguesa:
João Tordo



José Luís Peixoto


Dulce Maria Cardoso
Gonçalo M. Tavares